Número Zero .

Não adianta mais eu escrever sobre cores .
E dizer pela décima vez que meu mundo está cinza
Não adianta eu escrever sobre minhas dores
Eu mesma já cansei de ouvi-las
Não adianta eu escrever sobre amor
Afinal , o único amor que me restou foi pela minha familia
Porque nem mesmo amor própio eu possuo mais .
Não adianta eu escrever sobre o mundo
Nem o mesmo o poeta mais prestigiado persistiu em tentar repará-lo
Não adianta falar sobre a hipocrisia , a politica , a guerra , as formas de prevenção
Ja se tornaram assuntos tão comuns , tão desgastantes .

Eu sou como uma contrução incompleta .
Achei ter todos os pilares da base . Achei ser feita os materiais necessários
E simplesmente fui destruída .
Após o primeiro desafio da minha vida , fui destruida
Somente com a força do NÃO .
Não sei ouvir não e tampouco quero aprender
Só tenho uma coisa em mente : Andar sob meu própios passos
Arquitetndo minha própia trilha , observando cada detalhe
Alertando cada mudança .
Já não dá mais pra ser como era antes .
Os dias não são os mesmos , eu não sou a mesma
Acabou ali e eu sabia que era o fim .
Eu podia esperar tudo , menos a infelicidade
Nessa altura do campeonato .
Seria tarde demais começar pelo número zero ( de novo ? )
Tarde demais , errado demais ?
Alias quem sou eu pra perguntar ?
Quem sou eu pra exigir respostas ?
Não sei nada além de que :
Nao sou forte e nem quero ser , minha pretensão é ser humana
É saber sofrer , é saber cair , é saber morrer
Mas ... sobreviver